Montando o Melhor Plano de Negócios: um guia completo para novos empreendedores

Empreender tem mil e um desafios. Felizmente, os maiores deles você pode evitar com um bom planejamento. Antes de investir seu capital, aprenda a fazer o melhor plano de negócios possível lendo esse post!

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detalhe de uma mão organizando um plano de negócio em um quadro com vários adesivos e alfinetes

O plano de negócios é um instrumento muito importante na administração de uma empresa. Além de exercer um papel inicial importantíssimo, ele também facilita na gestão e na captação posterior de recursos para a empresa.

Se você já passou da etapa de ideação e já tem uma ideia mais ou menos certa do que quer realizar, então você chegou ao texto certo.

Nesse post, eu vou explicar o que é um plano de negócios, vou explicar quais suas funções e importâncias e, por fim, vou mostrar passo a passo como redigir um! Assim, você vai poder planejar e validar seu negócio, se expondo a riscos menores!

Então, se quiser começar sua vida empreendedora com o pé direito, leia esse post até o fim!

O que é um plano de negócios?

Se você está lendo esse texto, você provavelmente tem alguma ideia de empreendimento na cabeça ou no coração. Contudo, realizá-la não é tão fácil quanto parece. Um dos grandes problemas em começar um negócio é o seu planejamento.

O plano de negócios é o documento que vai dar conta de descrever todo o planejamento inicial da empresa. Esse documento é útil principalmente para novas empresas, mas também para aquelas que estão passando por mudanças mais profundas, como expansão.

Assim, o maior objetivo do plano de negócios é identificar os riscos do modelo de negócio e os erros que podem ser cometidos no mercado. Com isso, é possível preveni-los e garantir a viabilidade do seu negócio.

Portanto, o plano de negócios tem a função de validar a sua ideia antes de entrar no mercado.

E por que você precisa fazer isso? Bom, é muito melhor conhecer todo o risco da sua ideia de negócios dar certo ou errado antes de assinar o aluguel da loja, comprar os primeiros equipamentos e falar com os primeiros sócios.

Então, o plano de negócios deve apresentar tudo o que pode influenciar o sucesso ou o fracasso do negócio. Assim, você e seus sócios podem, enfim, tomar a decisão de realizar ou não aquela ideia em particular.

Como fazer um plano de negócios?

Escrever um plano de negócios não é difícil. Nesse texto, você vai entender como a redação desse documento é mais fácil do que você imagina! Você só precisa entender com calma todas as seções necessárias.

Para fazer um plano de negócios, é necessário muita pesquisa, cálculos e análise de mercado. Ou seja, são muitas as informações necessárias para começar tudo com o pé direito e minimizar os riscos do capital investido.

Muitas vezes (na maioria delas, na verdade!), o capital investido em um negócio não é apenas seu. Por isso, um planejamento cuidadoso é essencial, até para garantir a confiança de investidores e parceiros chave para a sobrevivência do negócio.

O plano de negócios não tem um formato padrão, ele pode variar conforme você e a sua empresa achar necessário. É claro que o modelo de plano de negócios também pode mudar quanto ao tamanho da empresa, a área de atuação que ele prevê e outras características.

Nesse texto, eu vou focar no modelo de plano de negócios do Sebrae, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Por isso, eu vou focar todos os exemplos em empresas de pequeno porte, que é a categoria mais numerosa no país.

Como dividir um plano de negócios?

O Sebrae divide o plano de negócios em um sumário executivo, com descrições gerais e o detalhamento do conteúdo do documento, e 5 partes principais, sendo:

  • Análise de mercado
  • Plano de Marketing
  • Plano Operacional
  • Plano Financeiro
  • Simulações e Estratégias

Esse tipo de formatação não é obrigatório, mas contém todo o essencial para você escrever um plano de negócios robusto e detalhado.

Mais abaixo, eu vou apresentar todo o passo a passo de cada seção do plano de negócios. Assim, você vai entender de um jeito fácil como escrever esse documento para a sua empresa.

O que saber para começar a escrever seu plano de negócios?

Antes de mais nada, você precisa entender qual é o objetivo que esse plano quer alcançar. E, como é o caso de qualquer texto, você precisa saber quem será o leitor.

Sim, é preciso entender quem vai ler o seu plano de negócio, para entender a importância de redigir um documento claro e bem estruturado.

Os leitores do plano de negócios

Os formatos de plano de negócio podem ser tão diferentes quanto as próprias empresas. No geral, uma empresa redige o plano de negócio pensando em quem é o seu leitor ideal, mas isso também não possui um padrão.

Como existem diversos objetivos que o seu business plan quer atingir, ele terá uma miríades de leitores possíveis.

Abaixo, eu organizei uma lista com os principais leitores dos planos de negócios:

Investidores

Uma das principais preocupações de qualquer empresária ou empresário é a captação de recursos financeiros. Assim, um dos leitores mais óbvios do plano de negócios da sua empresa são possíveis investidores. Avaliando cada aspecto que você e sua equipe colocou no papel, investidores poderão decidir ou não aplicar capital no seu empreendimento.

Bancos

A concessão de crédito por bancos também é uma das peças fundamentais para o lançamento da sua empresa. Como mencionado acima, bancos podem conceder melhores condições de financiamento para empresas que parecem mais maduras, mais organizadas e com maior potencial de lucro.

Colaboradores

Funcionários e empregados precisam saber o que é esperado deles e o seu lugar na empresa. Além disso, entender como a empresa se enxerga no mercado e quais as suas previsões de crescimento, por exemplo, podem estimular a produtividade e o sentimento de participação. Como todas essas coisas estarão ditas no seu plano de negócios, é muito positivo que os colaboradores também leiam esse documento.

Fornecedores

A relação com fornecedores pode ser muito melhor quanto mais confiança eles depositam na sua empresa. Por exemplo, pode ser mais fácil negociar crédito para adquirir insumos e melhores condições de pagamento à prazo. Assim, o plano de negócios pode ser útil para criar essa confiança.

Parceiros

É sempre inteligente buscar parcerias com empresas de outros segmentos. Para avaliar a maturidade, a viabilidade e a organização de um parceiro em potencial, empresas leem os planos de negócios uma das outras. Por isso, tenha em mente que a qualidade do texto pode impactar a formação ou não de parcerias estratégicas do futuro.

Sócios

O plano de negócios será a prova material que a empresa tem um plano. Ou seja, uma direção definida em algum momento. Então, é essencial que esse plano seja lido e compreendido por todos os sócios, sejam novos ou que estão na empresa desde o início.

Você

Sim, você! Lembre-se que você vai voltar a esse documento muitas vezes. Seja quando for atualizá-lo, quando estiver monitorando os resultados e precisar lembrar as suas metas (ou definir novas), ou quando precisar realinhar seus pensamentos para saber se tudo está indo conforme o planejado.

Como você pode notar, o plano de negócios tem muitos objetivos e funções, por isso é importante que seja um material acessível, sucinto e escrito com clareza. Na próxima seção, vou explicar brevemente as finalidades do plano de negócios.

Para que serve um plano de negócios?

Além de servir para organizar suas ideias e dar suporte ao planejamento do seu negócio a curto, médio e longo prazo, o plano de negócio tem várias outras funções:

  • Validar um modelo de negócio antes de entrar no mercado, diminuindo os riscos e as incertezas.
  • Facilitar a gestão da empresa, oferecendo uma base para os principais gestores estarem alinhados com as principais metas e os meios de atingi-las.
  • Orientar a gestão no momento de escalar as operações da empresa.
  • Facilitar a comunicação entre sócios.
  • Facilitar o fechamento de parcerias.
  • Apresentar a empresa ao público e a clientes potenciais.
  • Facilitar a captação de recursos, dando provas do planejamento, da maturidade e da viabilidade da empresa para investidores, capitalistas e instituições financeiras.

No geral, todo plano de negócio tem o objetivo de facilitar a gestão e a captação de recursos da sua empresa. Esses recursos podem ser humanos, físicos e financeiros. Ele também é o melhor modo de consolidar a identidade da sua empresa, estabelecendo sua missão, seus objetivos e metas no mercado.

Além da identidade comercial da empresa, o plano de negócios também estabelece seu formato jurídico e tributário. Por exemplo, ele vai concluir qual é o melhor modelo para a empresa, como EIRELI ou ME, bem como optar por regimes de tributação diferentes. 

Vários detalhes são postos no plano, desde a organização da empresa, o número e o papel dos funcionários, os modos de operação comercial e produtiva, dentre muitos outros detalhes.

Mais abaixo, eu vou passar todas as instruções para você criar o plano do seu negócio. Antes disso, eu acho muito válido tocar no assunto dos planos de negócios para startups!

Startups precisam de plano de negócios?

Se a sua empresa é uma startup, você provavelmente conhece a metodologia da Startup Enxuta (ou Lean Startup), que é até o título do livro do empreendedor Eric Ries. Nessa visão, a pior coisa que uma startup poderia fazer é tentar validar a ideia de negócio antes de levá-la ao mercado.

Esse tipo de postura é bem diferente daquela que estamos trabalhando aqui. Isso acontece porque startups têm um modelo de negócio inovador (afinal, é isso o que define uma startup). Com essa característica, o planejamento antecipado costuma não ser representativo do que pode acontecer no mercado.

Vamos entender: uma startup está testando um modelo e um serviço sem um paralelo consolidado no mercado. Portanto, como você poderia validar uma ideia nessas condições? Você não pode.

Por esse motivo, startups são negócios inovadores atuando em um cenário com grau alto de riscos e incertezas. O melhor modo de validar um modelo arriscado e inovador é no próprio mercado, justamente o que o Ries prega.

Contudo, não é que startups não podem ter planos de negócios. Elas devem sim documentar as oportunidades e riscos aos quais pretendem se expor, bem como as suas operações, clientes e segmentos de mercado.

A diferença será que o plano de negócios para um startup deve ser bem diferente, e levar em consideração muitos mais cenários de riscos. Cenários possíveis são a ausência de adoção do produto ou serviços, o que aconteceu muitas vezes para Eric Ries.

Algo importante para se considerar também é a barreira tecnológica para novos competidores entrarem nesse mercado. Por exemplo, se você desenvolveu um aplicativo, qual a dificuldade de uma outra equipe replicar a sua inovação? Existem patentes que possam proteger a sua empresa?

Esse tipo de questionamento pode variar muito. Tudo depende do modelo de inovação e o serviço que a empresa está trazendo para o mercado. Por isso, é essencial que essas particularidades apareçam no plano de negócios.

Como fazer um plano de negócios

Se você chegou até aqui, já tem o básico do que é e para que servem os planos de negócios. Enfim, esse é o momento de você começar a redigir o plano da sua própria empresa!

Em cada seção a seguir, eu vou apresentar uma visão geral, o objetivo da seção e quais os elementos que precisam estar presentes. Desse modo, vai ficar muito fácil saber montar o seu próprio plano.

Então, sem mais delongas, vamos passar à parte prática deste post e vamos ver como montar um bom plano de negócios, que vai garantir uma boa gestão e ótimas parcerias para sua nova empresa!

Sumário Executivo

O sumário executivo é exatamente o que o seu nome diz. Ele pontua de modo bastante sucinto as principais informações da sua empresa. Ele também deve descrever o conteúdo do resto do documento.

Apesar de ser a primeira seção do plano de negócios, as boas práticas aconselham a escrevê-lo por último. Isso acontece porque o conteúdo do sumário executivo traz todas as informações básicas da sua empresa. Então, ela deve ser influenciada pelas conclusões tiradas da análise de mercado e das demais etapas do plano.

Um dos detalhes do sumário, que não pode passar despercebido, é que ele também serve para despertar o interesse do leitor e prender a sua atenção. Imagine, por exemplo, que um potencial investidor está lendo o plano de negócios da sua empresa. Você quer causar a melhor impressão, certo?

Portanto, lembre-se que o plano de negócio é um documento feito para ser lido por seres humanos comuns.

Planos de negócios acabam sempre sendo documentos complicados, com muitos dados e discussões que usam termos técnicos de administração, contabilidade e do próprio nicho da empresa.

Por isso, faça o sumário valer como uma apresentação mais amigável da sua empresa.

Não esqueça de incluir:

Dados da empresa

Comece o sumário pelos dados gerais da sua empresa, como o seu nome, razão social, branding e características que a identifiquem como ela é.

Os dados de cada empreendedor

Além de descrever a empresa e dar todos os seus dados básicos (desde o seu nome ao seu CNPJ), é importante descrever quem são as mentes e os braços por trás dela. Então, coloque seu nome completo, seus dados e, o que é essencial, suas qualificações profissionais.

Se a sua empresa tem vários fundadores, todos precisam estar devidamente descritos. Fale também da função que cada um deve tomar na gestão da empresa.

A Missão

Ou seja, responda o porquê de você estar investindo o seu tempo e dinheiro nessa ideia em particular. O que te move? O que você espera realizar com a concretização desse negócio e o que de positivo ele pode causar na vida das demais pessoas?

Respondendo a essas perguntas em uma ou duas frases vai tornar o seu plano muito mais cativante, e poderá conquistar o interesse de atores chaves no futuro da sua empresa.

Os produtos e serviços oferecidos

Esse detalhe é o mais importante, porque ele caracteriza o ramo de atuação da sua empresa e vai determinar quem são seus potenciais clientes, competidores e fornecedores.

O perfil e uma breve história da empresa

O sumário precisa conter uma breve descrição da sua empresa. Aqui, você tem a oportunidade de apresentar a sua ideia de modo mais concreto. Conte a história de como ela surgiu e até onde você conseguiu chegar hoje.

Faça uma narrativa breve, explicando o perfil da sua empresa, o que ela espera alcançar e como você pretende fazer isso.

Segmento no mercado consumidor 

Nesse espaço, descreva de modo geral os seus clientes em potencial. Ou seja, fale das características que definem o seu público-alvo, como demografia, hábitos de consumo e localização.

Você ainda não precisa analisar com total profundidade o seu mercado consumidor, basta pintá-lo em linhas gerais. A parte em que você apresentará dados e conclusões mais complexas será na análise de mercado.

Localização da empresa

Informe onde a empresa estará localizada e qual a região que ela pretende atender. Se você ainda não tem o endereço, coloque o local ideal para sua estratégia de negócio.

Indicadores Financeiros

Existem vários indicadores financeiros. No sumário executivo, você precisa descrever rapidamente cada um, dando uma ideia geral de como as finanças da sua empresa vão funcionar.

Você vai entender melhor cada indicador financeiro quando redigir o plano financeiro da sua empresa. Mas, para adiantar algumas coisas, os principais indicadores que você precisa apontar são:

  • Faturamento
  • Ponto de equilíbrio
  • Lucro bruto e lucro líquido
  • Retorno do Investimento (ROI)
  • Preço de ticket dos produtos e serviços
  • Margem de lucro
  • Rentabilidade e Lucratividade

Não se assuste com esses termos técnicos! Mais abaixo, você vai notar como é fácil calculá-los.

Investimento total 

O investimento total é o conjunto dos investimentos fixos e dos investimentos financeiros na sua nova empresa. No sumário executivo, você deve oferecer o total em reais que foi invertido para compra de materiais, equipamentos, veículos e o caixa reservado para fazer frente ao capital de giro, por exemplo.

Você ainda não precisa descrever tudo com detalhes, só informar o valor total do investimento. O investimento total, basicamente, será o capital social declarado no momento da abertura da empresa.

Enquadramento tributário

Ao apresentar o seu plano de negócios, não esqueça de mostrar em qual regime tributário a sua empresa vai se enquadrar. Existem 3 opções na lei brasileira:

Esse artigo não é o lugar para você decidir o enquadramento tributário. Ao invés, leia nossos outros artigos para se informar melhor!

Forma Jurídica

A forma jurídica de uma empresa é uma característica muito importante para que o público entenda o seu potencial, seus objetivos e como acontece a gestão. Existem três formas principais:

  • MEI (Microempreendedor Individual)
  • Empresário Individual
  • Sociedade

Enquanto o MEI só contém essa forma, o empresário individual e a sociedade ainda podem ter várias formas, como a EIRELI e a SA (sociedade anônima).

Nesse post, eu vou deixar esse tema de lado. Prometo falar mais disso em outra oportunidade!

Fontes de recursos

Toda empresa precisa de fornecedores e colaboradores para que exista. Nessa seção, explique de modo geral como você vai captar todos os recursos necessários para o funcionamento e a sobrevivência da sua empresa.

Recursos podem ser físicos, como os insumos e as máquinas, e podem ser humanos, como é o caso dos colaboradores que oferecem seu talento à empresa. Ainda existem recursos capitais, ou financeiros, mas que você deve ter dado conta ao falar do investimento total.

Boas práticas do sumário executivo

Uma boa prática é manter o sumário curto, com no máximo 5 páginas. Escrevendo de modo claro e conciso, você garante a atenção de todo tipo de leitor e deixa o conteúdo mais “pesado” para as próximas seções.

Se você já colocou todas as informações acima, parabéns, o seu sumário está completo!

Lembre-se de deixar para escrevê-lo no final, quando você já tiver uma visão mais ampla e entendida da sua empresa, do mercado e do que tem chances de dar certo.

Nas seções abaixo, eu vou te mostrar o que não pode faltar 

Análise de Mercado

Alguns diriam que a análise de mercado é a parte principal do plano de negócios. Afinal, é nessa parte que você realmente aprende mais sobre o potencial da sua ideia.

Em outras palavras, é aqui que você vai coletar e analisar as informações para saber se há espaço para o seu produto ou serviço no mercado.

A análise de mercado tem quatro pontos fundamentais:

  • Os produtos e os serviços da sua empresa
  • Segmento de clientes
  • Concorrência
  • Fornecedores

Produtos e serviços

O que vai definir a colocação da sua empresa no mercado é o seu produto. Para isso, você precisa compreendê-lo a fundo. Descreva seu produto, seus pontos fortes e fracos.

Conhecendo seu produto, você pode conhecer como ele irá se posicionar no mercado. Isso significa entender quem o compra, quais são as alternativas a ele e quais são os insumos necessários para produzi-lo com a qualidade pretendida.

Portanto, as seções seguintes vão dar conta desses três pontos principais.

Clientes

Aqui, você precisa identificar o segmento de clientes possíveis para a sua empresa. Isso tem muito a ver com marketing e significa apresentar todos os tipos de dados que destaquem esse público da multidão.

Então, forneça dados como renda média, estilo de vida, nível de conhecimento, estudo ou cultura, o local onde moram, idade, gênero e tudo o mais que for relevante.

Essas informações definirão, mais a frente, os canais de distribuição, as estratégias de marketing e comunicação da sua empresa e até a sua política de preços.

Concorrentes

Conhecer a sua concorrência é vital para uma boa gestão. Afinal, você precisa saber que tipo de alternativas aos seus serviços existem no mercado para avaliar bem os riscos que a sua ideia corre.

Dados importantes sobre concorrentes são: tamanho da empresa, número de empregados, tempo de existência, ticket médio, qualidade do produto, opiniões recorrentes dos clientes, e podem ser várias outras coisas.

Uma informação que você precisa incluir é: o seu concorrente tem recursos para reagir à sua entrada no mercado? Se sim, qual seria a velocidade e a agressividade da reação? Esse tipo de informação pode ajudar bastante na hora de simular os riscos e oportunidades, na seção final do plano de negócios.

Fornecedores

Além de clientes e concorrentes, a sua empresa também precisa de fornecimento. Seja de materiais, softwares ou máquinas. Faça uma pesquisa extensiva de todas as suas opções: pesquise preços, condições de pagamento, prazo de entrega, quantidade mínima e qualidade do insumo.

Mantenha sempre um cadastro atualizado dos seus fornecedores enquanto gerencia a sua empresa. Muitas coisas podem mudar e, dependendo do seu segmento, o preço de insumos pode estar vinculado ao dólar e a mercados estrangeiros.

Últimas dicas

A análise de mercado requer um levantamento de dados extensivo. Isso significa que a maior parte do seu tempo será preenchido com ligações telefônicas, troca de emails e mensageiros instantâneos.

Não se satisfaça com apenas um ou dois fornecedores, ou apenas os principais concorrentes. Se possível, conheça o mercado inteiro, ou pelo menos a maior parte dele!

Plano de Marketing

O plano de marketing apresenta como sua empresa vai levar seus produtos e serviços ao mercado. Aqui, você precisa responder a uma simples pergunta: como seus clientes potenciais vão conhecer sua empresa e como os mesmos vão aprender que o seu serviço é a solução para um de seus problemas?

Essa pergunta já contém um mundo de informações, mas você não precisa inventar a roda para dar conta de um plano de marketing. É mais simples do que parece!

O seu plano de negócios precisa mostrar ao leitor que a sua gestão sabe como apresentar o produto para o cliente. Isso envolve conhecer os diferenciais do seu produto, os canais de venda mais compatíveis com o comportamento do consumidor e as alternativas a ele. 

Quando descrever o seu produto, seja realista quanto à qualidade, mostre o grau de inovação que ele possui em relação ao mercado e aponte seus diferenciais. Ou seja, mostre o quão competitivo é o seu produto ou serviço!

O mais que precisa constar no seu plano de marketing:

  • Forma de distribuição do produto: como o seu produto vai chegar no mercado, nas lojas, ou que formas de entrega serão usadas.
  • Comportamento de consumo dos clientes: os seus clientes possuem alguma característica marcante que os identifique dentro e fora do seu segmento? Eles compram mais em certa época do ano? Em certos canais, como uma rede social? Eles são consumidores fiéis de outro produto, ou mesmo de uma outra marca?
  • Canais de venda e de marketing: descreve os pontos de contato que sua empresa deseja usar para chegar ao cliente. Canais de venda podem ser lojas, consultores, e-commerces, entre outros. Os canais de marketing, com a migração do hábito de consumo para os meios online e o marketing digital, são os mais variados. Selecione os mais compatíveis com o seu público. Eles podem ser redes sociais, sites na internet, televisão, rádios e mídias impressas.
  • Meios de promoção: aqui entram propaganda, merchandising, relações públicas, anúncios online (no Google ou em redes sociais). Esses meios, obviamente, devem refletir os hábitos do mercado consumidor.

Plano Operacional

O plano operacional é o momento de descrever como sua empresa faz acontecer. Ou seja, é o processo que você pensou para organizar a sua produção, vendas, atendimento, fornecimento, entrada e saída de estoques e tudo o mais que envolve a organização da empresa.

Por isso, é nessa parte do plano de negócios que entra a descrição detalhada da quantidade de pessoal, a sua qualificação e os requisitos para exercerem cada função.

Além disso, é bom você apresentar uma planta baixa do local onde a empresa vai funcionar e todos os processos de produção, logística e venda.

Os principais pontos do plano operacional:

 

  • Localização
  • Logística de produção, entrada e saída: uma descrição de como é feita a produção, como os materiais chegam e como os produtos saem. Isso é mais importante se o negócio for um segmento industrial.
  • Instalações físicas: qual a condição do local de funcionamento do negócio? Como é organizado o espaço?
  • Equipamento: quais são os equipamentos que sua empresa precisa para exercer todas as suas funções? Aqui entram máquinas, computadores, móveis e instrumentos que são necessários para que a empresa funcione.
  • Capacidade produtiva: qual a produção diária, semanal ou mensal que o negócio pode garantir?
  • Capacidade de atendimento: quantos clientes por dia, semana ou mês o negócio pode atender?
  • Organização do pessoal: como funciona a distribuição de tarefas, os cargos, a hierarquia e as funções na equipe da sua empresa?

 

Plano Financeiro

O plano financeiro é a etapa que exige mais conhecimento técnico. Se você possui um profissional de contabilidade, pode ser interessante consultá-lo nesse momento.

Será no plano financeiro que o seu plano de negócios vai provar se a empresa é viável ou inviável. Por isso, essa parte funciona como uma conclusão do plano de negócios.

Vários dados devem estar no seu plano financeiro. Dependendo do seu negócio, uns podem ser mais importantes do que outros, mas alguns são essenciais para todo tipo de empreendimento.

Vou falar deles abaixo!

Investimentos fixos

Quanto será necessário investir periodicamente para sua empresa funcionar normalmente?

Estimativa de custos iniciais ou investimentos pré-operacionais

Toda empresa precisa investir capital antes de pretender ter qualquer retorno. Quanto você estima que será necessário gastar para começar as operações? Considere custos de aluguéis, máquinas, obras, instalações e tudo o que mais for necessário para sua empresa entrar no mercado.

Comparativo de Despesas e Receitas

Entendendo a posição do seu produto no mercado, faça uma comparação do quanto a sua empresa deve gerar de receita contra as despesas necessárias para vender os produtos e serviços.

Capital de Giro

O Capital de Giro de uma empresa significa quantos e quais recursos são necessários para que ela esteja sempre em funcionamento. Por exemplo, insumos para a produção e financiamento para a mão-de-obra.

O capital de giro é composta pelas seguinte partes:

  • Caixa mínimo
  • Estoque inicial
  • Liquidez mínima

Investimento Total

Como no sumário executivo, o investimento total é conjunto dos investimentos necessários. Somando o capital de giro, os investimentos fixos e os investimentos pré-operacionais, você chegará ao investimento total da sua empresa.

Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa é, grosso modo, uma previsão do fluxo de capital da sua empresa. É tão importante fazer projeções quanto atualizar sempre os seus dados. Para mais detalhes, leia nosso artigo completo sobre fluxo de caixa.

Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio é o faturamento mínimo que sua empresa precisa realizar em um mês para não ter prejuízos. É um dado importantíssimo que precisa ter no seu plano de negócios para facilitar a identificação de cenários bons e maus.

Prazo de retorno de investimento

Qual o tempo que deve levar até a empresa começar a ter lucros líquidos. Ou seja, quanto tempo vai levar para a empresa “se pagar”.

Como você deve imaginar, esse dado é importantíssimo para potenciais investidores.

Lucratividade

A lucratividade é a razão entre o lucro e a receita total da empresa. Calcule-a usando as estimativas de faturamento mensal da sua empresa e o comparativo de despesas e receitas.

O tema do plano financeiro, como você notou, é muito extenso! Cada etapa merece uma análise mais minuciosa para ser entendida a fundo. Prometo que volto ao tema em um novo artigo em breve!

Simulação e Estratégia

Eu disse que o plano financeiro funcionava como a conclusão do plano de negócios. Isso é verdade, porque a parte de simulação de cenários e análise de estratégias é mais uma espécie de anexo.

Elas vão servir para você sugerir cenários muito pessimistas ou muito otimistas. Desse modo, você vai poder apresentar para seus futuros parceiros, investidores ou colaboradores como a sua gestão já está preparada para situações boas e ruins lá na frente.

Por fim, essa sexta parte cumpre o segundo papel mais importante do plano de negócios: prevenir riscos e incertezas antes de entrar no mercado.

Simulação de Cenários

Ao redigir seu plano de negócios, você precisa visitar situações de risco e oportunidade. É vital que você considere ambos os casos porque assim você poderá evitar danos maiores em situações adversas e aproveitar melhor as oportunidades.

Análise de Estratégias

Nessa parte do plano de negócios, você deve apresentar a famosa análise SWOT da sua empresa. A sigla é inglesa e significa o que eu vou mostrar abaixo:

  • Strengths (Forças)
  • Weakness (Fraquezas)
  • Opportunities (Oportunidades)
  • Threats (Ameaças)

Assim, a análise de estratégias deve ser o momento em que você apresenta os melhores e piores aspectos do seu negócio, mostrando como a sua gestão vai lidar com eles.

Observações finais sobre o plano de negócios

Planejar é antecipar situações para tirar o melhor delas possível. Isso pode significar evitar danos que comprometam o negócios, ou aproveitar oportunidades. Então, o objetivo do plano é viabilizar o seu negócio.

Um plano bem redigido fará toda a diferença tanto na captação de recursos quanto na gestão da sua empresa. Por isso, dedique o tempo necessário e busque o máximo de informações possível para planejar e validar a sua ideia de negócio!

 

Se você chegou até aqui, meus parabéns! Agora você já tem total capacidade de redigir um plano de negócios para sua nova empresa! 

Se ficou qualquer dúvida, deixe seus comentários abaixo! Se gostou do artigo, fique à vontade para compartilhar nas suas redes principais.

Até a próxima!